Pandemia e Igreja

O mundo passa por uma realidade totalmente indesejável, uma desarticulação generalizada em todos os setores, atingindo níveis inimagináveis em sua história. A agressividade do coronavírus desestabiliza todas as pessoas e instituições, entre elas também as Igrejas. Por causa do medo, houve total mudança de ritmo na condução das atividades em todas as atividades da cultura.

Com o isolamento social, as Igrejas tiveram que se adaptar. Na grande maioria das Paróquias, as Missas e Celebrações, sem a presença de fieis, são transmitidas pelos meios de comunicação. Em casa, as pessoas acompanham tudo pela televisão, pelo rádio e pelo sistema das redes sociais. Isso não deixa de contribuir muito para o aperfeiçoamento no uso desses maios para ajudar na evangelização.

A experiência das Celebrações nos lares lembra muito os inícios do cristianismo, quando ainda tudo era realizado na casa da família, verdadeira Igreja doméstica. O aconchego familiar desse tempo de pandemia pode superar o clima forte do individualismo dos últimos tempos, mas a prática cristã não acontece somente através dos meios de comunicação, porque supõe também presença física.

A esperança é de que as famílias saiam mais fortalecidas na prática da convivência e da fraternidade desse tempo de isolamento. Os meios de comunicação também ficam mais agregados no trabalho pastoral, mas não substituem a presença física das pessoas nas Celebrações, a não ser para as pessoas impossibilitadas por alguma doença ou dificuldades físicas de locomoção.

O isolamento social oportunizou também os gestos fortes de solidariedade entre as pessoas e as instituições. São inúmeras as paróquias que se mobilizaram realizando campanhas de alimentos e outros produtos em benefício das famílias mais necessitadas. O isolamento forçou as pessoas a ficarem em casa, sem trabalho e sem condição de ganhar o necessário para a própria sobrevivência.

As projeções que estão sendo feitas pelos entendidos é de que a humanidade deverá sair da crise mais fragilizada em sua condição econômica. Indubitavelmente, vivenciaremos uma nova experiência de vida, principalmente por saber que ela tem seus limites. As pessoas não são donas de sua plena realização. O mundo está nas mãos de Deus e a plenitude da vida passa pela transcendência.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba

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